Guerra dos Mundos (2025): A Análise Completa do Desastre com Ice Cube que Ninguém Pediu

Guerra dos Mundos

O legado de H.G. Wells e sua obra-prima, “A Guerra dos Mundos”, é um pilar da ficção científica. Desde sua publicação em 1898, a história da invasão marciana aterrorizou e fascinou gerações, gerando inúmeras adaptações – do pânico real causado pela transmissão de rádio de Orson Welles em 1938 ao espetáculo de destruição de Steven Spielberg em 2005. Em 2025, o Prime Video decidiu lançar sua própria versão, prometendo uma abordagem moderna e relevante. Estrelado por Ice Cube e utilizando a técnica de filmagem “screenlife”, o filme parecia ter uma premissa no mínimo intrigante.

No entanto, o resultado foi uma catástrofe de proporções épicas, não pela invasão alienígena, mas pela sua execução. Com uma pontuação chocante de 0% no Tomatometer do Rotten Tomatoes, “Guerra dos Mundos” (2025) já é considerado um dos piores filmes da década.

Nesta análise completa, vamos mergulhar fundo no que deu tão errado. Por que uma ideia promissora se transformou em um fracasso unânime? Como a performance de Ice Cube, os temas de vigilância e o marketing agressivo da Amazon se combinaram para criar uma experiência cinematográfica desastrosa? Prepare-se para dissecar o filme que a crítica e o público amaram odiar.

A Premissa “Screenlife”: Uma Inovação que se Tornou uma Prisão Narrativa

A principal e talvez única aposta inovadora do filme foi o seu formato. “Guerra dos Mundos” (2025) é um thriller “screenlife”, um gênero popularizado por filmes como “Buscando…” (Searching), onde toda a ação se desenrola através de telas de computador, smartphones e outros dispositivos digitais. O conceito, vindo do produtor Timur Bekmambetov, um veterano do gênero, soava perfeito para uma releitura moderna.

A ideia era colocar o espectador na pele de Will Radford (Ice Cube), um analista do Departamento de Segurança Interna (DHS) que testemunha e tenta gerir uma invasão global a partir de seu terminal de vigilância. A narrativa se desenrolaria através de feeds de câmeras de segurança, videochamadas, notícias e janelas de chat, refletindo como vivenciamos grandes eventos hoje: mediados por telas.

Por que o Conceito Falhou Miseravelmente?

Apesar do potencial, a execução foi um desastre. Os críticos foram unânimes em apontar que o formato, em vez de criar tensão e imersão, limitou drasticamente o filme. A crítica especializada descreveu a ação como sendo “limitada a videoclipes com falhas e o que mais pudesse aparecer na tela de um especialista em vigilância”.

O que deveria ser uma montagem espetacular de destruição foi reduzido a “vídeos de baixa resolução, borrados e pouco convincentes”. Em vez de sentir o pavor da invasão, o público foi forçado a assistir a um personagem frustrado clicando em janelas, uma experiência que rapidamente gera fadiga. Um espectador resumiu online o sentimento geral: “Cinco minutos de filme e eu já estava farto desse cara sentado em seu monitor. Eu realmente não acho que conseguiria assistir mais”.

Um crítico foi ainda mais longe, afirmando que o filme “não só falha em ser divertido, mas falha em ser um filme”. A técnica que deveria ser um portal para uma nova forma de contar histórias se tornou uma gaiola que prendeu a narrativa, o espetáculo e o interesse do público.

A Crítica Unânime: Um Massacre Cinematográfico com 0% de Aprovação

É raro um filme atingir a marca de 0% no Tomatometer do Rotten Tomatoes, um selo de desaprovação universal de todos os críticos avaliados. “Guerra dos Mundos” (2025) alcançou essa infâmia, e os motivos são claros.

Os adjetivos usados pela crítica para descrever o longa pintam um quadro sombrio, com palavras como “desastroso”, “a pior de todas as adaptações”, “em disputa por um dos piores filmes da década” e “simplesmente horrível”. As análises apontavam para um “elenco fraco, enredo confuso, revelações alienígenas frágeis e product placement descarado”.

O público não foi muito mais gentil. Com uma pontuação de aprovação baixíssima, fica claro que a audiência geral compartilhou do desprezo da crítica. Comentários descreviam o filme como “um comercial da Amazon disfarçado de filme”, “chato” e uma obra que “arruinou um clássico”.

Essa recepção contrasta violentamente com o legado da história. A transmissão de rádio de Orson Welles em 1938 supostamente causou pânico por sua verossimilhança. A versão de 2025, em contraste, foi descrita como “altamente improvável que alarme alguém”. O filme falha em capturar a “essência, ou o desespero dos protagonistas”, perdendo completamente o que torna “A Guerra dos Mundos” uma história tão poderosa.

Ice Cube no Papel Principal: O Erro de Escalão que Afundou o Navio

No centro do filme está Will Radford, interpretado por Ice Cube. Will é um analista de terrorismo doméstico com acesso a todas as câmeras de vigilância do país, um trabalho que ele também usa para monitorar seus próprios filhos. Durante a invasão, ele se torna uma peça central na tentativa de resposta, enquanto luta desesperadamente para proteger sua família.

A escolha de Ice Cube para o papel foi um dos pontos mais criticados. Conhecido por sua persona de durão carismático, sua atuação aqui foi considerada limitada e inadequada para o personagem. A crítica foi brutal, afirmando que Ice Cube “tem duas expressões: uma carranca de repouso e uma reação exagerada nuclear, nenhuma das quais sugere o tipo de indivíduo em quem o governo confiaria a tecnologia para espionar quem quisesse”.

Sua interpretação foi descrita como uma “versão de rua e grosseira do super cérebro de Ving Rhames em ‘Missão: Impossível'”. Em vez de um analista competente e confiável, temos um pai controlador e irritadiço, cuja prioridade na família, um clichê de filmes de desastre, “se prova especialmente cansativa aqui”. O elenco de apoio, que conta com nomes como Eva Longoria e Clark Gregg, pouco pôde fazer para salvar um navio que já estava afundando por causa de seu capitão.

Os Temas: Vigilância, Paternidade e um Comercial da Amazon

“Guerra dos Mundos” (2025) tenta, sem sucesso, ser um filme sobre ideias contemporâneas. Ele flerta com temas de vigilância governamental, privacidade de dados e os perigos da tecnologia, mas sua exploração é superficial e, em última análise, serve de pano de fundo para outras duas narrativas mais problemáticas.

Um Drama Familiar Disfarçado

Muitos analistas sugeriram que se o filme “tem um propósito, não é sobre alienígenas ou privacidade de dados… Em vez disso, é sobre paternidade”. O arco principal de Will Radford não é salvar o mundo, mas aprender a ser um pai menos controlador. Ele usa sua tecnologia de vigilância para espionar a geladeira de sua filha grávida, Faith (Iman Benson), e invadir os computadores de seu filho, Dave (Henry Hunter Hall). A catástrofe global serve apenas como um mecanismo de enredo para que ele aprenda a dar “um pouco de espaço” a seus filhos competentes. Reduzir uma invasão alienígena a uma lição de paternidade para um protagonista antipático soa não apenas como um desperdício, mas como uma trivialização da própria premissa.

O Comercial Mais Caro da Amazon

Talvez a crítica mais contundente e universalmente citada seja o product placement (publicidade inserida) agressivo e descarado da Amazon. O filme, lançado no Prime Video, não se contenta em ser apenas distribuído pela empresa; ele se transforma em um “comercial de 90 minutos para todas as coisas da Amazon”.

Os exemplos são específicos e hilários em sua precisão:

  • O namorado da filha, Mark (Devon Bostick), dirige uma van de entrega da Prime.
  • Em um momento crucial, para ativar um drone, o personagem de Ice Cube diz: “Preciso que você faça um pedido oficial na Amazon para ativar o drone”.
  • O filme foi lançado após dois minutos de anúncios, mesmo para assinantes Prime, reforçando a sensação de que o espectador estava consumindo publicidade em vez de arte.

Essa abordagem transformou qualquer tentativa de crítica à tecnologia e ao poder corporativo em uma piada. Como pode um filme criticar a vigilância e a coleta de dados quando ele próprio funciona como uma propaganda para uma das maiores corporações de dados do mundo? A resposta é simples: ele não pode. A comercialização descarada mina qualquer integridade temática que o filme pudesse ter.

Um Alerta Sobre Como Não Adaptar um Clássico

“Guerra dos Mundos” (2025) entrará para a história do cinema, mas pelos motivos errados. Ele serve como um estudo de caso perfeito de como uma combinação de má execução, escalação equivocada, roteiro fraco e ganância corporativa pode destruir uma propriedade intelectual amada.

A premissa “screenlife”, que poderia ter oferecido uma perspectiva claustrofóbica e angustiante da invasão, resultou em uma experiência visualmente monótona e frustrante. A atuação de Ice Cube, inadequada para o papel, criou um protagonista com o qual é difícil se conectar ou torcer. Os temas contemporâneos foram explorados de forma tão superficial que se tornaram irrelevantes, ofuscados por um drama familiar clichê e, acima de tudo, por uma campanha publicitária incessante da Amazon.

O filme falha em todos os níveis. Ele não funciona como um thriller de ficção científica, pois não há tensão ou espetáculo. Não funciona como um drama, pois seus personagens são mal desenvolvidos. E certamente não funciona como uma adaptação fiel ao espírito de H.G. Wells, que usou sua história para fazer uma crítica poderosa ao imperialismo e à arrogância humana.

No final, “Guerra dos Mundos” (2025) é um lembrete sombrio de que nem mesmo as histórias mais icônicas estão a salvo de adaptações mal concebidas. É um alerta para estúdios e cineastas: inovar é importante, mas nunca à custa de uma boa narrativa, personagens convincentes e respeito pelo material original e pelo público.

E você, teve a coragem de assistir a este desastre cinematográfico? Ou as críticas foram suficientes para te manter longe? Deixe sua opinião nos comentários!

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Oi, pessoal! Eu sou a Valentina, tenho 34 anos e sou completamente viciada em tudo que envolve tecnologia e entretenimento.

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