Nothing Phone 3: Review Completo – Um Flagship de Verdade ou Só Mais Hype?

Nothing Phone 3

Smartphones estão todos iguais? A filosofia ousada da Nothing

Você já ouviu falar em “carcinização”? É um termo da biologia que descreve como diferentes animais evoluem para se parecer com caranguejos. Agora aplique isso ao mundo dos smartphones. A maioria deles hoje tem a mesma cara: uma tela retangular com câmeras empilhadas no canto. São praticamente clones uns dos outros.

É nesse mar de mesmice que a Nothing tenta se destacar. E ela não tem medo de parecer esquisita. O design do Nothing Phone 3 é, nas palavras do próprio review, “insano”. A empresa aposta no inusitado, no visual que causa estranhamento à primeira vista, mas que depois de alguns meses se torna familiar – e até desejado. É um celular que desperta reações, que te faz notar.

Mais do que nunca, o design é o coração do produto. É por isso que a Nothing criou uma estrutura interna com um buraco na placa-mãe só para evitar o temido calombo da câmera. É o tipo de detalhe que revela obsessão – ou paixão – por estética. No Phone 3, a forma claramente dita as regras.

O marketing promete: é o primeiro flagship da marca?

O Nothing Phone 3 chegou com um preço ambicioso: US$799. Esse valor o coloca lado a lado com pesos-pesados como Galaxy S25, Pixel 9 e iPhone 16. Naturalmente, surge a pergunta: ele entrega o mesmo nível?

A empresa afirma que este é o seu “primeiro verdadeiro flagship”. Mas o review cutuca essa promessa: “Isso aqui não é mais um topo de linha do que os anteriores”. A crítica é sutil, porém certeira. O Phone 3 até parece um flagship, e é o mais próximo que a Nothing já chegou disso, mas… há concessões.

A estratégia é clara: cortar pequenos luxos, economizar em detalhes e assim manter o preço competitivo. Isso gera um dilema. A Nothing está mentindo? A resposta do autor é ambígua: “Eh… não exatamente. Mas meio que sim.” A linha entre marketing e realidade é, como sempre, borrada.

Componentes: aparência de topo, com alma intermediária

Tela: brilho e beleza, com um porém

O display do Phone 3 impressiona à primeira vista: 6,67 polegadas OLED, taxa de atualização de 120Hz, brilho de até 4500 nits em HDR. É grande, vibrante e elegante. Porém, ao olhar de perto, percebe-se que não é LTPO (tecnologia mais eficiente energeticamente) e nem usa Gorilla Glass Victus 2, mas sim o intermediário Gorilla Glass 7i.

Processador: rápido, mas não o melhor

Sob o capô, temos o Snapdragon 8s Gen 4 – uma versão mais acessível que o Snapdragon 8 Elite. O desempenho é ótimo: CPU 40% mais rápida, GPU 90% melhor que o Nothing Phone 2. O sistema é fluido, multitarefa roda bem. Porém, quem busca o topo absoluto de benchmarks vai sentir falta do chip de elite.

Curiosamente, outros celulares com esse chip custam bem menos (Poco F7, IQOO Neo 10). Isso levanta questões sobre o valor real que se paga pela marca e pelo design.

Bateria: destaque absoluto

Se tem algo onde o Phone 3 brilha, é na bateria. São 5150 mAh (ou 5500 mAh, segundo a Nothing) com tecnologia de silício-carbono. O resultado? Baixo consumo em standby, autonomia de dois dias e carregamento rápido de 65W, além de carregamento sem fio e reverso. Isso sim é coisa de flagship.

Câmeras: boas, mas ainda não líderes

O conjunto triplo de 50 megapixels parece impressionante – e é. O sensor principal é o maior já usado pela marca (1/1.3 polegadas), o que ajuda bastante em ambientes escuros. A telefoto com zoom de 3x também é funcional.

Mas a experiência real revela que o foco automático falha às vezes, e as imagens da telefoto podem sair levemente borradas. O ultra-wide e a selfie são mais consistentes. Em resumo: uma câmera boa para a maioria das pessoas, mas ainda “um degrau abaixo” dos grandes nomes do mercado.

A nova Glyph Matrix: inovação ou firula?

No lugar das luzes Glyph tradicionais, o Phone 3 traz uma novidade: um mini display com 480 LEDs na traseira, chamado de Glyph Matrix. Parece algo saído de um celular conceitual – e talvez seja mesmo.

A proposta é nobre: permitir que você receba notificações úteis mesmo com o celular virado para baixo. É possível configurar ícones personalizados para apps e contatos, além de exibir temporizadores, usar como viewfinder da câmera, ou brincar com minigames como pedra-papel-tesoura.

Funciona? Sim. Mas é limitado. A integração com o relógio do sistema não é perfeita, e muitos dos recursos parecem mais curiosidades do que ferramentas práticas. Existe uma API aberta, e a comunidade já está criando apps para o display traseiro – mas ainda é cedo para saber se algo realmente útil virá disso.

Nothing OS: o verdadeiro diferencial

Se o hardware divide opiniões, o software recebe aplausos. O Nothing OS 3.5 (com atualização prometida para o 4.0) é elogiado como o melhor aspecto do aparelho.

É uma versão limpa do Android, com toques estéticos elegantes, animações suaves, e funcionalidades que você escolhe se quer usar ou ignorar. A cereja do bolo é o novo Universal Search, uma busca global que encontra arquivos locais e responde perguntas com um assistente IA (baseado no Gemini).

Além disso, a Nothing promete cinco anos de updates de sistema – algo que só grandes players costumam oferecer. Em termos de longevidade e suporte, isso é sim padrão flagship.

O Nothing Phone 3 é… uma lagosta

A review termina com uma analogia saborosa: “Você não quer mais um caranguejo. Você quer uma lagosta.”

O que isso significa? Que o Nothing Phone 3 foge do padrão. Ele não é mais do mesmo. É um celular que aposta em identidade visual, experiência de uso e software polido. Ele não busca ser o mais poderoso, mas sim o mais interessante.

Mas há uma realidade dura: ele custa US$799. E, nesse valor, o mercado tem opções com melhores câmeras, processadores mais rápidos e telas mais avançadas. Se você é o tipo de usuário que valoriza cada especificação técnica, talvez ache o Phone 3 caro demais para o que oferece.

Por outro lado, se você quer um celular bonito, diferente, com ótima bateria, design marcante e software fluido, ele pode ser o melhor “quase-flagship” já feito.

O Phone 3 talvez não seja o topo da cadeia alimentar. Mas é, sem dúvida, uma lagosta – rara, única e com um sabor próprio.


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Oi, pessoal! Eu sou a Valentina, tenho 34 anos e sou completamente viciada em tudo que envolve tecnologia e entretenimento.

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