I. Estreia de alto nível: um novo clássico nas pistas

F1: The Movie, novo filme original da Apple, chegou aos cinemas com grande expectativa e não decepcionou. Dirigido por Joseph Kosinski (responsável pelo sucesso de Top Gun: Maverick) e estrelado por Brad Pitt, o longa mergulha no universo da Fórmula 1 com intensidade, estilo e emoção.

O filme já é um sucesso de crítica e público: 89% no Rotten Tomatoes, 98% de aprovação da audiência e nota 8.4 no IMDb. Alguns críticos foram ainda mais enfáticos: “9,5 fácil – filmaço sem medo de ser feliz.”

II. Enredo: segunda chance, superação e humildade

A narrativa gira em torno de Sonny Hayes, um ex-astro da Fórmula 1 que dominou as pistas nos anos 90, mas viu sua carreira ser abruptamente encerrada após um acidente grave. Trinta anos depois, Hayes vive uma vida solitária e nômade, competindo em corridas menores, até receber um convite inesperado: voltar à elite da Fórmula 1 para ajudar uma equipe à beira da falência.

O convite não vem sem desafios. Hayes é visto como “ultrapassado” e precisa enfrentar o ceticismo da imprensa, da equipe e, principalmente, de um jovem piloto promissor que não o respeita. Surge então o principal conflito do filme: o embate entre gerações, a luta entre experiência e arrogância juvenil.

Embora o universo seja real, com participações de pilotos de verdade e filmagens em eventos oficiais da F1, a história em si é totalmente original. Inspirada por experiências reais – e talvez até pela trajetória de Lewis Hamilton, que também é produtor do filme –, o roteiro constrói uma trama envolvente sobre recomeços.

O mais interessante? A missão do time é simples: ganhar uma corrida, só uma. Nada de campeonatos mirabolantes. Essa meta modesta torna tudo mais humano e tangível, criando empatia imediata com o público.

“A humildade da tarefa já reforça sua dificuldade.”

III. Visual e som: dentro do cockpit com Brad Pitt

Um dos maiores trunfos de F1: The Movie está na forma como as cenas de corrida são filmadas. E não é exagero dizer que você sente o vento no rosto.

Kosinski aplica toda sua expertise visual de Top Gun: Maverick, só que agora no asfalto. As corridas são dinâmicas, tensas e filmadas de forma tão realista que, por muitos momentos, o espectador realmente acredita estar dentro do cockpit com Brad Pitt.

• Fotografia e efeitos visuais: ângulos impossíveis, movimentos de câmera ousados, e um uso inteligente de CGI criam sequências “impressionantes”. Há momentos em que é impossível distinguir o que é carro real e o que é tela verde.
• Design de som: o barulho dos motores vibra no estômago, a mixagem é impecável, e a trilha sonora com Ed Sheeran, ROSÉ e RAYE traz um ritmo pulsante e moderno. É o som da velocidade.
• Experiência IMAX: para quem quer sentir o filme em sua forma mais pura, assistir em IMAX é quase obrigatório. “Parece que realmente tá dentro da Fórmula 1.”

IV. Elenco e atuações: carisma, conflito e entrega

Brad Pitt entrega uma performance marcante como Sonny Hayes. Seu personagem é um underdog carismático, cheio de confiança e com um passado de glórias e frustrações. Há uma arrogância controlada, um charme maduro que prende o público.

Damson Idris interpreta Josh, o jovem talento da equipe. Marrento, impaciente, mas também humano. O arco de aprendizado de seu personagem é um dos pontos altos do filme. Ele representa a nova geração tentando entender o que é ser um verdadeiro piloto – e um verdadeiro homem.

A dinâmica entre Hayes e Josh é elétrica. É mentor e discípulo, mas também rivalidade e provocação. Há respeito, mas ele é conquistado aos poucos, com suor e dor.

O elenco de apoio também brilha:

• Javier Bardem e Kerry Condon oferecem peso emocional.
• Kelly Cook, como a mecânica, aparece pouco, mas entrega momentos simbólicos.
• E os fãs da F1 vão adorar: pilotos reais aparecem em participações especiais, tornando tudo mais crível e divertido.

V. Autenticidade vs. licença poética

Apesar de se passar no mundo da Fórmula 1, o filme não tem compromisso documental. A ideia é criar algo pseudo-realista, que pareça real, mas com liberdade criativa.

• Algumas regras do esporte são ignoradas? Sim.
• Algumas cenas desafiam a física? Também.
• Mas isso compromete o filme? De forma alguma.

“O filme tenta inventar mirabolâncias sem perder a aparência de vida digna.”

A autenticidade está na emoção, não na fidelidade absoluta ao regulamento. A experiência de ver o filme é sobre se sentir dentro do drama, da curva, da ultrapassagem. E nisso, F1: The Movie acerta em cheio.

VI. Impacto e legado: um novo marco para o cinema esportivo

Este não é só mais um filme sobre corridas. É um drama sobre recomeços, sobre homens lidando com legado, orgulho e mudança.

• Para fãs de Fórmula 1, é um prato cheio. Cenas reais, bastidores, adrenalina. Você vai querer sair do cinema direto para assistir o próximo GP.
• Para quem nunca ligou para corrida, é uma porta de entrada acessível, divertida e emocionante. O roteiro entrega tudo que você precisa saber para acompanhar.
• Para fãs de cinema, é mais um exemplo de como o esporte pode render histórias profundas e humanas.

“Mais um caprichoso exemplar para a prateleira dos grandes filmes de corrida e superação.”

F1: The Movie é mais do que um filme bonito e emocionante: é um lembrete de que, em qualquer pista da vida, a maior vitória é encontrar um novo motivo para acelerar. Um daqueles filmes que fazem a gente torcer, vibrar, se emocionar – e sair do cinema com o coração batendo mais rápido.

Recomendado com força. De preferência, em IMAX. E com o cinto apertado.